segunda-feira, junho 18, 2007

POR DENTRO DAS NOTÍCIAS...

Bom dia, este é O Filtro, um roteiro do que há de mais revelante e original nos principais jornais do país. Todas as manhãs de segunda a sexta-feira, este boletim estará disponivel no site de Época.Thomas Traumann

A farsa para absolver Renan.
Para entender como são mínimas as chances de punição ao presidente do Senado, Renan Calheiros, basta ler a pesquisa feita pelo O Globo (acesso restrito) de hoje: em 39 anos o Supremo Tribunal Federal abriu 137 processos 137 processos criminais contra deputados, senadores, ministros de Estado e presidente da República. Ninguém foi punido.
Renan será julgado amanhã pelo Conselho de Ética, mas como definiu Ricardo Noblat, será apenas uma encenação.
A seção Painel da Folha (acesso restrito) traz frase do senador Renato Casagrande, um dos que não aderiu publicamente à operação salvamento: “Queremos ajudar o Renan, mas para isso ele tem de estar em condições de ser ajudado”, diz. Se essa é a disposição de quem tem dúvidas sobre a culpa de Renan, imagine o resto...
Novas suspeitas de corrupção.
Auditorias levantam suspeitas de que a cúpula do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes) tenha feito vista grossa ao esquema de fraudes em obras públicas tocadas pela construtora Gautama, pivô do escândalo da Operação Navalha da PF.
Há indícios de que a construtora recebeu R$ 4,5 milhões extras sem justificativa, revela a Folha (acesso restrito).
As negociações de comércio global.
Depois de anos, chega à reta final as negociações para um acordo global de comércio.
O Estado (acesso restrito) relata que o Brasil pode aceitar cotas fixas de exportação para a Europa de carne bovina, frango, soja e açúcar. Mas os exportadores brasileiros temem que a idéia congele o acesso dos produtos brasileiros ao mercado europeu por alguns anos.
Otimista, o economista indiano Jagdish Bhagwati diz em entrevista ao Valor (acesso restrito) que as negociações comerciais podem avançar por interesse do governo americano, que em duas semanas perde o direito de assinar acordos desse gênero.
O apagão de mão-de-obra.
Ótimo artigo do jornalista Ribamar Oliveira, em O Estado (acesso restrito), detalha como a falta de qualificação dos trabalhadores está provocando um ‘apagão de mão-de-obra’.
No ano passado, 1,8 milhão trabalhadores passaram por cursos de capacitação, mas menos da metade conseguiram emprego.
Em Pernambuco, por exemplo, não há gente especializada para a construção de 10 navios.
O Rio vai precisar importar pessoal para o primeiro alto forno no pólo siderúrgico. E a Petrobras tenta treinar 30 mil pessoas para o novo pólo petroquímico.
O perigo rondou FHCA edição dominical do jornal gaúcho Zero Hora (acesso restrito) informou que, em 2002, o jato que levava o então presidente Fernando Henrique Cardoso quase se chocou com um avião da TAM com 108 passageiros. A colisão não ocorreu por uma diferença de 24 segundos enquanto as duas aeronaves transitavam na região de Tucuruí, no Pará. É o mesmo ponto cego dos radares em que ocorreu o acidente do avião da Gol no ano passado.
A presunção da inocência de Vavá.
Nadando contra a corrente, o jornalista Elio Gaspari escreve na Folha e n’O Globo (acesso restrito) de domingo que “a divulgação cavilosa e homeopática de trechos de gravações telefônicas envolvendo parentes de Nosso Guia (Lula) tornou-se um processo intimidatório e difamador capaz de fazer corar generais do Serviço Nacional de Informações, o SNI da ditadura. No caso de Vavá, as suspeitas jogadas até agora no ventilador não guardam nexo com os fatos. Não há proporção entre as acusações que lhe fazem e o grau de exposição a que foi deliberadamente submetido”.
Nunca antes nesse país...
Em seu programa de rádio hoje de manhã, na Agência Brasil, o presidente Lula começa a semana com o otimismo peculiar: "eu posso hoje dizer ao povo brasileiro, com muita tranqüilidade, que mesmo aqueles que são pessimistas ou mesmo aqueles que querem torcer contra o governo - porque a verdade é que tem gente que gosta que as coisas não dêem certo para eles poderem dizer que têm razão - é que o Brasil vive o seu melhor momento desde que a República foi proclamada". Então, tá.
A indústria caí e os serviços mudam.
Cálculos do IBGE encomendados por O Estado (acesso restrito) mostram que há um ano e meio a indústria tem crescido abaixo da média do resto da economia. Nesse período, a indústria de transformação cresceu 7,5%, enquanto o PIB avançou 11,7% e o setor de serviços, 13,3%. O motivo, diz a reportagem, é o câmbio, mas também a transformação porque passa o setor de serviços, como mostra reportagem da Folha (acesso restrito).
Com dez anos de atraso em relação à Índia, o interior de São Paulo está se tornando um centro de exportação de tecnologia.
Hortolândia é sede de um dos quatro Global Delivery Services (GDS ou entrega global de serviços) da IBM, que contratou 4 mil funcionários desde 2004.
A crise americana.
O diário americano Miami Herald (acesso restrito) mostra como os importadores da Flórida estão tentando se adaptar aos tempos de real forte. Desde 2003, a cotação do real ganhou 83% em relação ao dólar. O Brasil é o maior parceiro comercial da Flórida. Onde os EUA são parecidos com o Brasil.
Boa entrevista na Folha (acesso restrito) de domingo com jornalista americano Robert Frank, autor de um livro sobre o “riquistão”, o enclave dos milionários e bilionários dos EUA. “Uma das razões pela qual escrevi o livro, é que os EUA podem estar ficando mais parecidos com o Brasil do que com a Europa em desigualdade”.

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